segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Chegada


Chegada
Abri a janela de par em par
Sem pestanejar
Só para ver se você vinha
Sedento de mim
E via meu lindo penteado...

Meu cheiro temperado de amor...
Meu jeito encabulado...
Meus olhos brilhando
Pelo que aconteceria
Na sua chegada febril.


Ione Scherer(Jullye)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Incerteza



Incerteza

Os brutos são céticos
Vacilantes em esperanças
Fracos em sonhos e ilusões
Hostis com os devaneios
E sem tempo para momentos
De pura imaginação..

**************
Aquele que dá pancadas

De enxada sólida no chão resistente
Mecânica, material, e desassistidamente
Naum encontra solo fofo
Para semear certezas
E perspectivas de hinos celestiais.

************


Os trabalhadores braçais.

O lavrador, o gari,
O tuco de estrada, o pedreiro,
Têm um passe-livre para um doce paraíso.
Para si só como um tesouro individual.

************


O persistente trabalhador
Não imagina e nem espera

Que a terra o compensará, ainda que
Depois do adeus final.
************
Não antevê liberdade
Para as mãos calejadas...


Ele naum simula a existência
De um mundo
Longe das pancadas na terra.



Não prevê um paraíso só!!
Sem pás Sem nós...Sem pó sem o suor

De pura paz e Amor divinal.
************

Ione Scherer(Jullye)

sábado, 11 de outubro de 2008

Solidão


Solidão


Solidão é ausência

Silêncio, tristeza, olhar imóvel
Perdido na paisagem.


Solidão é ausência de gente amada
Em risos fartos e sonoros,
Falta de palavras,
De ações apaixonadas
De promessas mútuas

No calor da hora.

Solidão é a esperança finita
Luz apagada manhãs desfocadas
Sem barulhos e sem planos

Para o almoço de só um talher.


Solidão é lacuna,

Um "ai" que dói

Minado de medo

Marcado de imaginação

Do que poderia ser

E simplesmente naum aconteceu.


Ione Scherer(Jullye)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Fala, Natureza

Fala, Natureza,

Fala
Dá "Bom Dia",
Natureza com teu sol imperioso,
Abrasador.
Presenteia-nos com um "Boa noite"
No desfile das estrelas suaves,
Tímidas, gentis...

Chama-nos que seres frágeis
Com a passagens dos poserosos ciclones,
Bravos, irados...
Vestidos de negro empunhando
Suas espadas destruidoras.

Saúda-nos com as flores faceiras,
Vaidosas,eretas,sorridentes.
Ensina-nos a lição da brevidade
na vidade uma rosa,
cor-de-rosa,
amarela,
vermelha...

Fala, natureza!!!!
pelas pétalas de uma margarida...
Fala pelas cores e matizes

De um amor- perfeito
Orvalhado e sorridente.

Fala, natureza...
Os que te entenderem

e traduzirem tua mensagem
Te respeitarão.

Ione(Jullye)


Primavera

( Tela da artista: Neiva Passuello)

Veja mais pinturas visitando:






Primavera



A primavera é a prova incontestável
do quanto Deus quis nos agradar
nesta árdua batalha aqui da escola-vida.

As flores são nossos recreios coloridos.


Ao construírmos nossos jardins
estabelecemos um diálogo
silencioso de agradecimento
pelo presente recebido.


As flores tornam-se, através de
seu viço, cúmplices desta
sintonia céu-terra

cumprindo seus ciclos terrenos
enquanto cumprimos os nossos.




Texto: Ione (Jullye)


domingo, 5 de outubro de 2008

Não Somos Únicos

Não Somos Únicos

Não somos
Únicos e nem ilhados
Neste universo tão
Aparentemente particular

E desprovido de surpresas.

Não somos únicos nos medos
Nas dores fustigantes,
Na ânsia de descobrir vida
Em planetas distantes
No desejo de encontrar magia
Até então só sonhada.

Somos muitos entrelaçados
Compartilhamos espaços comuns
Alheios uns dos outros
Separados por um incolor véu
A nos cegar parcialmente.

Somos parte de um todo
Mas esquecidos, ignorando
Já que assim nos convém pensar,
Que sofremos solitários
Náufragos de nossa navegação.

Somos parte de um todo

Formado por seres
Que sofrem, amam, lutam,
Vivem, tão intensa e
Febrilmente alheios
Quanto nós.
Ione Scherer (Jullye) 

sábado, 4 de outubro de 2008

Dor


Dor


Por que temos que partir?Ir embora?

Romper situações...
Dizer adeus?
Amargar arrependimentos
deslocados e inúteis
A despeito de nossa vontade?



Machucamos por
Pressa, falta de ponderação
Por desamor...
Talvez por querermos surpreender
Antes de ser surpreendidos.

Dói dizer adeus
Dói bater em fuga.
Compartilhadas,
As dores alheias são
Sem ressalvas, as nossas dores.

A vida ensina a optar pela dor
Somente quando é a única e possível saída
Porque sempre as cicatrizes
Se fazem feias e presentes
junto ao desmanzelo espiritual
Mesmo depois que o mal já se foi.



Ione Scherer (Jullye)

Os sonhos

Os sonhos


Os sonhos não acabam...
ficam presos na criança que um dia fomos.
A espera de que os acordemos
E os tornemos vigilantes.


Libertar os sonhos é mergulhar
No lado lúdico e juvenil trancafiado
Além de nossa armadura social
A quem da racionalidade.


Ao libertamos nossas fantasias
Sem esperar que alguém o faça
Bebericamos na taça
Do prazer e da bem-aventurança
Em leves rodopios de embriaguês.


Ninguém advoga tal causa e
A ninguém interressa
Nosso universo mais profundo
Porque este é um turbilhão
Por nós construído.


Esse universo unicamente
Foi por nós encarceirado
Deve ser por nós mesmos
Desperto e usufruído.


Ione Scherer (Jullye)

sábado, 27 de setembro de 2008

Esperar


Esperar

Verão: à espera do inverno.
Inverno: à espera do verão.
Ida; à espera da vinda.
Amor à espera do desamor
Talvez inconsciente.

Doença: á espera de ser saudável.
Viver: à espera da morte.
Morte: à espera de nova vida.

Passamos a vida a esperar.
Esperar: um filho,
Uma situação melhor,
A felicidade,
Um novo amor
Uma esperança...

Dizemos que ela é a última que morre.
Morrerá algum dia a esperança?
Quando ela morre
Espera-se a volta dos sonhos,
De vida melhor
De um tempo melhor,
De um amar,
De um sorrir
E até de um novo esperar.

Ione Scherer (Jullye)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Guerra


Guerra

Soldados não são
Cartas de jogo... nem
Programas executáveis
Ou ships de um sistema de última geração.

Os homens que morrem na guerra
Não são os jogadores mandatários.
São os que um dia sonharam
Com risos de criança...
Com um suave amanhecer...
Com beijo no rosto e aperto de mão amiga.

A guerra é feita por homens,
filhos de mães que choram
Dolorosa e ntecipadamente
A iminente morte dos frutos
De suas entranhas.


Ah guerra!!!
A a guerra é o ódio em níveis
Perigosos idealizada por frios jogadores
Pondo e dispondo de vidas
Que não são suas.


A Guerra mata os planos,
A possibilidade de um mundo pacífico
Sob o comando dos
Poderosos que jogam com vidas
Como se fossem cartas de um
Poquer assassino.

Ione (Jullye)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Espelho



Espelho

Olho-me e lá estou:
Gatinha, docinho, fêmea, terna
Uma mulher carinhosa gentil!
Imitação de pluma esvoaçante
Solta desarmada, sensual, sorridente!!!

Olho-me outra vez e lá estou:
Fera pronta a atacar
Sem meias imagens,
Cheia de ânimo...presas afiadas
Rosnando, em ataque,
Pronta a defender-me:
Um jaguar.

Obrigada espelho meu
Pela gata manhosa,
Pela fera,
Pela mulher em repouso
Quando me miro em você.
Sou isso... espelho meu
Fruto dos fluidos e situações.
Situações, ora favoráveis,
Ora situação perigosas.
Vejo-me dual...
Em você , espelho meu.

Obrigada espelho meu
Pela mulher doçura,
Pelo jaguar ou pela fera ferida,
Nas faces que me mostra
Do meu multi- eu.
Ione Scherer (Jullye)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Daquele jeito


Vc me amou daquele jeito
" para sempre"


Tão vulgar, tão juvenil
e deixou de lado o objeto da adoração
quando mudou-se para nossa rua
aquela mais cheinha
mais risonha
mais gentil.


Ione (JULLYE)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O Mal



O Mal

A miséria humana... o poder de fogo..
Os ataques, a inveja.. o crime, a insensatez

E a ânsia de possuir... a vingança...
Estão à solta lá fora.

Protejamo-nos, urgente
Dos orgulhos que se inflamam-se
A ambição se derrama
Em fagulhas e labaredas
Inimigas e hostis
Impondo-nos um planeta doente.

Encerremo-nos
Em nossos oásis primaveris de boas ações
Em nossos refúgios gradeados de luz
Em nossos blindados corações amorosos
guarnecidos pela indestrutível e
Consoladora esperança.

Trancafiemo-nos porque lá fora
Os fogos dos "poderosos "miseráveis
Riscam os céus
queimando os verdes da natureza
e secando as águas poluídas.

Eles não entendem
Que logo não terão em quem
Mirar suas "armas" engatilhadas
Pois elas se voltarão para eles próprios
Vorazes e certeiras
Em forma de natureza devastada

Ione (JU££YE)

O Dia

Dia

Cada novo dia é sempre dia
Dia para sermos melhores
Dia para amar muito mais
Para novos planos, novos sonhos,
E novas passadas com pés firmes.

O novo dia é para se molhar os pés no mar
Correr pelos campos
De sujar-se de chocolate ou sorvete,
Cantarolar, dançar sozinho, sentindo-se único.

O novo dia é uma canção à vida
Um espaço a ser povoado
Um solo a ser plantado,
Um espaço a ser preenchido.

Cada novo dia é seu, é meu é nosso...
Para ser redesenhado
esculpido, pintado

Como se fosse o único.

Ione Scherer (Jullye)

sábado, 13 de setembro de 2008

Passaros


Pássaros

Ione Scherer (Jullye)

Voam, dominam, pousam,
Vão-se donos dos ares

Abraçar as nuvens
Levando consigo o sabor
De nossas doces acolhidas .


Vão atrás do calor
Atracam n'outras terras humanas
Distraídos nem nos vêm
Nem sabem de nossas lágrimas.
Partem decididos e nos ignoram,
Semi-silenciosos, altivos e caprichosos.


Pássaros, senhores dos ares
Namorados das nuvens
chegam... partem em vôos auto-suficientes
Sem ver o que deixam para trás.


De repente eles chegam...
Surpreendentemente!
Sem esperar acolhida.
Quem os amou ignora, agora
Seus pousos decididos
E nem ao menos notam
Suas vindas e partidas.


Pássaros senhores!
Alheios aos humanos tristes
Voando em bandos
Embalados por hinos celestiais.


Pássaros que um dia se foram
Sem sequer saber
Que grandes e lindas emoções
Deixavam para trás.

Mudanças


Mudanças


Por que perdemos uma pessoa?
Perdemos porque a pessoa cresceu
E nem nos avisou?
Deixamos de perceber a mudanças
E tantas pequenas coisas
Aparentemente irrelevantes?

Por que perdemos?
Ela se amargurou...
Silenciosa e reservadamente,
Sem nossa mão de amparo nos deixou?
Por que ela cansou... renovou-se...
Enquanto estávamos
Tão distraídos e seguros da posse?
Por que a perdemos?
Será que ela enfraqueceu...
Sofreu dores imensuráveis...
Enquanto desatentos
Não vimos aquela previsível pessoa,
Acessível, tão nossa...
Companheira de todas as horas.
Se distanciando a passos largos?

Por que perdemos se sabíamos tanto dela?
Ou naum sabíamos?
Ou o que sabíamos se transformou?
Ou aquela pessoa que conhecíamos e
Da qual sabíamos tudo
Deixou de existir?

São tantas interrogações
Que só acordamos com o clarim
Da amarga perda.
Irremediável, hieroglífica
E aparentemente traiçoeira?

Ione (jullye)

Vida

Vida
Ione Scherer (Jullye)

A vida é o presente maior
O bafejo cristico, a chama sutil manifesta
E acerteza de que somos capazes
E merecedores desse prêmio:

viver.

Vida uma possibilidade,
Um carinho divino,
Uma Luz que invade,
Uma palavra silenciosa de amor,
Uma esperança,
Um florescer, uma fé.


SiglaV .I . D . A
Viveremos Iluminados Depois do Aqui
Compensados, acolhidos, homenageados
Por ter conservado o presenterecebido.


Foi nos dada a vida
Mas não disporemos dela para encerrá-la
Para amaldiçoá-la e tampouco para piorar
As vidas de quem está perto de nós.


Deus nos fala pelas palavras das pessoas
Com quem convivemose é nosso suporte
Para que sejamos fortes agradecidos e...

cheios de vida.

Renascer



Renascer
Ione (Jullye)
A cada passo, a cada fato ou experiência,
A cada presença ou usência, a cada vitória ou derrota,
A cada lágrima ou sorriso, a cada consentimento ou negativa,
Renascemos para novas reflexões.

Uma nova vida numa vida antigaressurge em nós
Como um bebê no colo.Mesmo que tenhamos em mente
A morte inexorável, mesmo que caminhemos céleres

Para o fime mesmo além do fim, uma nova vida,
Um novo sopro se aninha em nosso colo
Como um bebê que quer ser notado e acarinhado.


É inútil pensar no final como solução
Ou como fecho de uma vida
Conturbada porque a despeito
De todas as nossas variadas crenças,
Renascemos sempre.


E mesmo que não cheguemos
A tomar conhecimento há uma renovação
Permanete no universo e outra
De menores proporções
No nosso dia-a-dia e dentro de nós.

Venha

Venha
Jullye (Ione)

Custa a vir, amigo!!!
Mas de repente,
Pisoteando os arbustos do costado do caminho
vem você com seu bornal embolotado, desajeitado,
Estufado de jóias raras, valiosoas, estupendas.

E chega-se a nós
Despejando espalhando
Raios luminosos coloridos,
Sem rima, lapidados,brilhantes.

Venha sempre

Que te queremos mensageiro
E portador de valores sutis, originais,
Ternos colhidos no âmago de
Suas próprias águas.

Venha que te queremos cá entre nós
Com seu bornal de raridades que ninguem
Te poderá roubar.
Venha que te queremos cá.

Com suas jóiasque nos deixa degustar
E ficar aqui na hora em que se vai.
Venha...

Enamorados

Enamorados

Oxalá estejamos
cada vez mais apaixonados pelas flores,
pelos pássaros, pelas estrelas,
pelas águas, pelas montanhas...


Oxalá estejamos encantados com o riso, com a voz,
com as atitudes das pessoas que nos são caras.


Oxalá consigamos não comparar ninguém pela cor,
pela posição social, pela conta bancária, pela beleza...


Oxalá saibamos dizer palavras afetuosas,
dar sorrisos desprendidos
e dar um pouco do nosso tempo
para o bem de outrem.


Oxalá estejamos todo dia
namorando a vida, a natureza,
nossos amigos, nossos familiares
E principalmente apaixonados,
pela criança pura que habita em nós.


Oxalá, sejamos receptivos ao desejo de,
Sermos enamorados
E que nos consideremos namorado
O mundo inteiro.


IONE(Jullye)


Ione Scherer (Jullye)



Na maioria dos atos humanos
Na sensatez das palavras ditas
Na bondade escondida
Na lealdade não demonstrada...
Dai-me senhor, fé.


Nos olhares de promessas
Nos risos de rótulos verdadeiros
Nos elogios inesperados
No amor prometido...dai-me,
Senhor, fé.


Nas afirmações vacilantes...
Nas mãos que se estendem,
E se recolhem a seguir
Nas colheitas obrigatórias e
Na qualidade das sementes...
Dai-me, senhor, fé.


Fé geradora de paz e confiança,
Prenhe de carinho e doçura
Redentora da bonança...
Dai-me, senhor, já.

Navegante


Navegante
Ione Scherer (Jullye)

Corta as ondas
Penetra nas entranhas quentes
Te perde no mundo real
E te entrega às águas
Deste mar acolhedor.

Permite ser arrastado
Ensurdece e perde o rumo
Te molha e te deixa ser devorado
Pelos impulsos desse mar.

Submerge
Te embebeda deste cheiro agreste
Engole e te faz possuído pelas águas
Nutritivas e narcóticasDeste mar.

Navegante destemido
Conquista este mar com fúria
E te faz conquistado
Arrebatado e arrastado por ele
Que este mar é o amor

Amor em ebulição
Impetuoso, impuro, enfurecido
Descabido voraz...
Explosivo desavergonhado
E por fim... enternecedor