quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Incerteza



Incerteza

Os brutos são céticos
Vacilantes em esperanças
Fracos em sonhos e ilusões
Hostis com os devaneios
E sem tempo para momentos
De pura imaginação..

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Aquele que dá pancadas

De enxada sólida no chão resistente
Mecânica, material, e desassistidamente
Naum encontra solo fofo
Para semear certezas
E perspectivas de hinos celestiais.

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Os trabalhadores braçais.

O lavrador, o gari,
O tuco de estrada, o pedreiro,
Têm um passe-livre para um doce paraíso.
Para si só como um tesouro individual.

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O persistente trabalhador
Não imagina e nem espera

Que a terra o compensará, ainda que
Depois do adeus final.
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Não antevê liberdade
Para as mãos calejadas...


Ele naum simula a existência
De um mundo
Longe das pancadas na terra.



Não prevê um paraíso só!!
Sem pás Sem nós...Sem pó sem o suor

De pura paz e Amor divinal.
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Ione Scherer(Jullye)

sábado, 11 de outubro de 2008

Solidão


Solidão


Solidão é ausência

Silêncio, tristeza, olhar imóvel
Perdido na paisagem.


Solidão é ausência de gente amada
Em risos fartos e sonoros,
Falta de palavras,
De ações apaixonadas
De promessas mútuas

No calor da hora.

Solidão é a esperança finita
Luz apagada manhãs desfocadas
Sem barulhos e sem planos

Para o almoço de só um talher.


Solidão é lacuna,

Um "ai" que dói

Minado de medo

Marcado de imaginação

Do que poderia ser

E simplesmente naum aconteceu.


Ione Scherer(Jullye)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Fala, Natureza

Fala, Natureza,

Fala
Dá "Bom Dia",
Natureza com teu sol imperioso,
Abrasador.
Presenteia-nos com um "Boa noite"
No desfile das estrelas suaves,
Tímidas, gentis...

Chama-nos que seres frágeis
Com a passagens dos poserosos ciclones,
Bravos, irados...
Vestidos de negro empunhando
Suas espadas destruidoras.

Saúda-nos com as flores faceiras,
Vaidosas,eretas,sorridentes.
Ensina-nos a lição da brevidade
na vidade uma rosa,
cor-de-rosa,
amarela,
vermelha...

Fala, natureza!!!!
pelas pétalas de uma margarida...
Fala pelas cores e matizes

De um amor- perfeito
Orvalhado e sorridente.

Fala, natureza...
Os que te entenderem

e traduzirem tua mensagem
Te respeitarão.

Ione(Jullye)


Primavera

( Tela da artista: Neiva Passuello)

Veja mais pinturas visitando:






Primavera



A primavera é a prova incontestável
do quanto Deus quis nos agradar
nesta árdua batalha aqui da escola-vida.

As flores são nossos recreios coloridos.


Ao construírmos nossos jardins
estabelecemos um diálogo
silencioso de agradecimento
pelo presente recebido.


As flores tornam-se, através de
seu viço, cúmplices desta
sintonia céu-terra

cumprindo seus ciclos terrenos
enquanto cumprimos os nossos.




Texto: Ione (Jullye)


domingo, 5 de outubro de 2008

Não Somos Únicos

Não Somos Únicos

Não somos
Únicos e nem ilhados
Neste universo tão
Aparentemente particular

E desprovido de surpresas.

Não somos únicos nos medos
Nas dores fustigantes,
Na ânsia de descobrir vida
Em planetas distantes
No desejo de encontrar magia
Até então só sonhada.

Somos muitos entrelaçados
Compartilhamos espaços comuns
Alheios uns dos outros
Separados por um incolor véu
A nos cegar parcialmente.

Somos parte de um todo
Mas esquecidos, ignorando
Já que assim nos convém pensar,
Que sofremos solitários
Náufragos de nossa navegação.

Somos parte de um todo

Formado por seres
Que sofrem, amam, lutam,
Vivem, tão intensa e
Febrilmente alheios
Quanto nós.
Ione Scherer (Jullye) 

sábado, 4 de outubro de 2008

Dor


Dor


Por que temos que partir?Ir embora?

Romper situações...
Dizer adeus?
Amargar arrependimentos
deslocados e inúteis
A despeito de nossa vontade?



Machucamos por
Pressa, falta de ponderação
Por desamor...
Talvez por querermos surpreender
Antes de ser surpreendidos.

Dói dizer adeus
Dói bater em fuga.
Compartilhadas,
As dores alheias são
Sem ressalvas, as nossas dores.

A vida ensina a optar pela dor
Somente quando é a única e possível saída
Porque sempre as cicatrizes
Se fazem feias e presentes
junto ao desmanzelo espiritual
Mesmo depois que o mal já se foi.



Ione Scherer (Jullye)

Os sonhos

Os sonhos


Os sonhos não acabam...
ficam presos na criança que um dia fomos.
A espera de que os acordemos
E os tornemos vigilantes.


Libertar os sonhos é mergulhar
No lado lúdico e juvenil trancafiado
Além de nossa armadura social
A quem da racionalidade.


Ao libertamos nossas fantasias
Sem esperar que alguém o faça
Bebericamos na taça
Do prazer e da bem-aventurança
Em leves rodopios de embriaguês.


Ninguém advoga tal causa e
A ninguém interressa
Nosso universo mais profundo
Porque este é um turbilhão
Por nós construído.


Esse universo unicamente
Foi por nós encarceirado
Deve ser por nós mesmos
Desperto e usufruído.


Ione Scherer (Jullye)